Ibovespa
O Ibovespa (IBOV) iniciou a última semana de outubro em tom positivo. Na segunda-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,02%, aos 131.212,58 pontos. Entre os ativos negociados no Ibovespa, Azul (AZUL4) saltou mais de 16% durante o pregão, em reação a um novo acordo com os arrendadores, de um acréscimo de até US$ 500 milhões em novas dívidas com os detentores de títulos — o equivalente a R$ 2,5 bilhões. O valor total anunciado será dividido em partes. A primeira parcela, de US$ 150 milhões, foi recebida nesta semana e a outra, de US$ 250 milhões, até o final do ano. O capital novo era uma condição do recente acordo da companhia aérea com arrendadores para se desfazer de quase US$ 550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de cerca de 20% na empresa.
O Ibovespa fechou em queda de 0,36%, a 131.037 pontos, na terça-feira, 29, com investidores repercutindo negativamente as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O dólar subiu cerca de 1% e fechou a R$ 5,761, o maior patamar desde março de 2021. Haddad afirmou que não há uma data definida para o anúncio do pacote de corte de gastos, destacando que a decisão cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Ibovespa fechou em queda na sessão da quarta-feira, 30.
Na quinta-feira (31), o Ibovespa também fechou em queda. O índice foi puxado pelas ações da Hypera (HYPE3), que tombaram 7,34% e registraram as maiores perdas da sessão. O movimento ocorre após a NC Farma Participações (EMS) formalizar a retirada da proposta de oferta pública de aquisição de ações e de combinação de negócios apresentada à empresa em 21 de outubro de 2024. Já os ativos da Petrobras, de grande peso para a bolsa brasileira, operavam em alta: enquanto as ordinárias (PETR3) avançaram 0,57%, as preferenciais (PETR4) subiram 0,20%. Assim, os ativos foram em linha com o petróleo, que fechou em alta no dia. A commodity foi ajudada pelas inesperadas quedas nos estoques de petróleo bruto e gasolina dos EUA e relatos de que a Opep+ pode adiar um planejado aumento na oferta. Logo depois do ajuste de fechamento, circularam relatos de que o Irã prepara retaliação contra Israel, o que impulsionou as cotações no pregão eletrônico.
O Ibovespa abriu a sessão desta sexta-feira, 1º, em ligeira alta de 0,02%, aos 129.767 pontos. Apesar das preocupações com o risco fiscal em relação ao Brasil, a bolsa tentou se manter no azul com investidores de olho no payroll surpreendentemente abaixo das expectativas. Na bolsa brasileira, as ações da Azul (AZUL4) tombam 5,28% e lideram as perdas do Ibovespa hoje, após a companhia aérea ter seus ratings de crédito rebaixados pela Fitch e S&P, em meio à sua reestruturação financeira, que também representa o principal gatilho por trás das últimas movimentações expressivas na B3. A flutuação do Ibovespa hoje reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do índice Ibov sobe, significa que, na média, as ações que o compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.
Câmbio
O dólar fechou em leve alta, depois de oscilar entre o campo positivo e o negativo na sessão. A moeda americana encerrou o pregão de segunda-feira (28) em valorização de 0,06%, a R$ 5,7088, variando entre a máxima de R$ 5,7209 e a mínima de R$ 5,6869.
O dólar à vista encerrou a sessão de terça-feira (29) em alta firme, no maior patamar de fechamento desde o dia 30 de março de 2021. O motivo da desvalorização forte do real hoje seria o mau humor de investidores globais com moedas de mercados emergentes, em especial da América Latina, conforme avaliação de operadores de câmbio. As eleições americanas e a força da economia dos Estados Unidos continuam exercendo pressão sobre as divisas da região. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há previsão para anúncio de cortes de gastos do governo, o que frustrou os agentes.
Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciar que houve na segunda-feira, um entendimento com a Casa Civil sobre cortes de despesas, os juros futuros de médio e longo prazo passaram a cair. O dólar também reduziu os ganhos na quarta-feira (30).
Os receios em torno da política fiscal do governo Lula e da possibilidade de Donald Trump vencer a eleição presidencial nos EUA voltaram a sustentar o dólar na quinta-feira (31), o que fez a moeda terminar o mês de outubro na maior cotação ante o real desde março de 2021. O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,7815. Este é o maior valor de fechamento desde 9 de março de 2021, quando encerrou em R$ 5,7927. Em outubro, a divisa acumulou elevação de 6,10%. Outras moedas ligadas a commodities também depreciavam perto do fechamento do mercado à vista, como era o caso da coroa norueguesa, do peso colombiano e do dólar canadense.
O dólar inverteu o sinal e opera em baixa nesta sexta-feira (1°), com investidores reagindo aos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que gerou um número de vagas bem menor que o esperado em outubro. O relatório de empregos payroll, o mais importante do país, indicou a criação de 12 mil vagas de trabalho no último mês, contra uma expectativa de 106 mil e muito abaixo das 223 mil criadas em setembro. Um mercado de trabalho mais fraco pode ajudar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir mais as suas taxas de juros, hoje entre 4,75% e 5,00% ao ano, após a instituição cortá-las em 0,5 ponto percentual em sua reunião, em setembro.
Já no Brasil, destaque para a produção industrial, que cresceu 1,1% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma forte aceleração em relação ao 0,2% de alta do mês anterior, além de vir acima das expectativas do mercado, de 0,9%. O dólar, que chegou a ficar cotado em R$ 5,803 na abertura, às 9h10, recuou após a divulgação do payroll, alcançando a mínima de R$ 5,762 por volta das 9h50. Na última sessão, a divisa americana subiu 0,31%, aos R$ 5,781 - um dos maiores níveis de fechamento desde 2021. O dado muito abaixo das expectativas aumenta o risco de um mercado de trabalho desacelerando mais rápido do que o esperado - e o cenário ideal para o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não é de um mercado de trabalho deteriorando rapidamente.
A forte desaceleração foi causada por furacões recentes, como o Milton, e greves trabalhistas — em especial a paralisação na Boeing —, o que dificulta uma interpretação mais acertada sobre o significado dos dados desta sexta.