O ano de 2025 inicia com mais da metade da população fazendo parte da chamada classe média no Brasil, isto é, com renda mensal superior a R$ 3,4 mil mensais. A informação foi divulgada no início de janeiro e integra uma pesquisa realizada pela Tendências Consultoria, com base em dados colhidos no ano anterior. É a primeira vez, desde 2015, que o país apresenta esse tipo de crescimento.
Durante o ano de 2024, a economia do país voltou a crescer e mais da metade da população passou — ou voltou — a fazer parte da classe média no Brasil. Segundo estudo, 50,1% da população está entre as classes C e A, enquanto 49,9% da população está nas classes D e E.
O maior crescimento se deu na classe C, que representa 31% da população. A elevação ocorreu, priA suficiente para sobreviver e, ainda, investir em outros setores da economia, como turismo, varejo e outros de maior poder aquisitivo. Os demais, não têm a mesma condição.
Conforme a pesquisa da Tendências Consultoria, as rendas de indivíduos da classe média no Brasil são as seguintes:
O estudo feito pelo IBGE considera a chamada pobreza monetária, quando a família não tem rendimentos suficientes para prover o bem-estar. Para traçar limites, o IBGE utiliza o critério de renda do Banco Mundial, de US$ 2,15 por pessoa por dia (ou R$ 209 por mês) para a extrema pobreza e de US$ 6,85 diários, por pessoa, (ou R$ 665 por mês) para a pobreza.
“Um país pode ser extremamente desigual e não ter pobreza. Para isso, quem está embaixo [financeiramente] tem que ter uma renda suficiente para viver dignamente. O de cima pode concentrar muita renda, mas não haverá pobreza”, explica o doutor e professor sênior da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo), Helio Zylberstajn.
O Brasil, por ser uma nação ainda em desenvolvimento, possui ambas as condições. Mesmo que a maioria da população faça parte da classe média no Brasil, 58,9 milhões de pessoas ainda vivem em situação de pobreza, enquanto 9,5 milhões estão na extrema pobreza. Este é o menor patamar registrado desde 2012.
Para o economista, reduzir a pobreza e a desigualdade no país depende de dois fatores: principalmente, do investimento em educação. “Está mais do que provado que há uma relação muito grande entre educação e renda. Enquanto a gente não tiver um sistema educacional muito bem, a gente vai continuar a ver pobreza”, completa Zylberstajn.