Em 2013 o País comemora o Ano da Contabilidade. A profissão, uma das mais antigas que se tem notícia, está passando por várias mudanças e deu um salto de qualidade nos últimos três anos. A principal alteração foi a obrigatoriedade de o profissional passar pelo Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Caso o recém-formado não seja aprovado no exame, ele não pode tirar sua carteira do Conselho Regional de Contabilidade e, consequentemente, não tem permissão para exercer a atividade profissional.
"Graças ao CFC, com mais de 66 anos de história, e a todos os Conselhos Regionais espalhados pelo território nacional, a profissão do contador é hoje uma das poucas reconhecidas e valorizadas em sua unidade e tem representatividade diante da sociedade, das instituições e do segmento empresarial brasileiro", diz o presidente nacional do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, Eduardo Pocetti.
O professor Cesar Abicalaffe, detentor do título "Notório Saber" conferido pelo Ministério da Educação e Cultura pela pesquisa "Causa de fracassos e os caminhos para o sucesso de empresas e de profissionais brasileiros", diz que para a profissão contábil ganhar ainda mais importância e valorização é preciso ocorrer também uma mudança de visão tanto dos empresários brasileiros quanto do sistema de ensino superior. Segundo ele, no Brasil existem mais de mil faculdades de Ciências Contábeis, mas "muitas deixam a desejar, pautando o preparo dos futuros profissionais para atuarem de forma limitada".
Segundo o professor a entrada em vigor da lei de convergência do sistema contábil brasileiro para os padrões internacionais, está acelerando o processo de mudança não só na economia, mas também na qualificação dos profissionais que atuam na área contábil. Hoje, disse, são poucos os empresários brasileiros que têm o domínio e controle financeiro de suas empresas, o que dificulta o processo de internacionalização dos negócios assim como a entrada do investimento externo no País.
"Pelas minhas estimativas 90% das nossas empresas trabalham em cima de balanços que não são verdadeiros. São balanços feitos com foco em atender unicamente o fisco e por isso não cumprem o seu principal papel que é o de servir de ferramenta de gerenciamento, análise e base para tomada de decisões", enfatizou Abicalaffe. Com a padronização às normas internacionais de contabilidade, afirma o professor, haverá um ganho para todos. "As empresas terão balanços reais e isto é fundamental nas transações internacionais. Além disso, os empresários terão informações mais precisas para as tomadas de decisão", explica. Segundo ele, também por conta disso, os profissionais da área contábil passam a ter ainda mais importância na atividade econômica empresarial do País.
O presidente do Sescap de Londrina, Marcelo Odetto Esquiante, diz que as entidades representativas do segmento também estão dando uma contribuição fundamental para este novo momento da contabilidade. "Nosso sindicato, por exemplo, oferece cursos de qualificação profissional e empresarial o ano todo. Além disso, treinamos mão de obra para os escritórios contábeis e outras empresas de segmentos diversos. Não há empresa ou entidade e mesmo pessoas físicas que não precisem de contadores. É uma profissão que só tem a crescer e ganhar ainda mais respeito", disse Esquiante.